sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Reajuste oferecido a professores mede importância da educação pública para o governo estadual

Recebi por e-mail e acredito que esta seja a sensação de boa parte da população!!


O texto é longo mas vale a leitura e divulgação!! Principalmente as perguntas do final!!




Reajuste oferecido a professores mede importância da educação pública
para o governo estadual (neste caso do RJ mas vale para diversas prefeituras e estados)


3,5 por cento. Essa foi a proposta apresentada pelo governo em resposta à reivindicação de 26% de reajuste emergencial dos profissionais de educação. Em quase 60 dias de uma greve histórica da rede estadual do Rio, nos quais o governo prefere gastar mais tempo investindo na guerra de informação, em trapalhadas tentativas de fingir que não reconhece o movimento e pressionar os grevistas, retardam-se as negociações para a solução da greve.


Por mais surpreendente que pareça, em momento algum o governador se manifestou diretamente sobre a greve da educação, mais preocupado em preservar sua imagem, desgastada pela a crise que se iniciou com a repressão aos Bombeiros Militares e se agravou com as ligações suspeitas reveladas após o acidente de helicóptero na Bahia. Repete-se a tática do governador, já conhecida por muitos, de se afastar em situações desfavoráveis. Mas, como tudo tem limite, com o passar do tempo pode ter efeito oposto ao pretendido e desgastá-lo ainda mais.
Diante das reivindicações e denúncias dos servidores públicos do estado, esse silêncio revela o descaso nível de interesse do governo com o serviço público.

Além disso, como os números também falam por si - e o secretário economista da educação deve saber - o “reajuste” de 3,5% proposto aos profissionais mede a importância dada pelo governo à educação pública e evidencia a contradição entre o belo discurso e a prática política nessa matéria.

Com a pauta de reivindicações apresentada pela categoria desde fevereiro, o governo respondeu durante meses com o argumento de que o reajuste salarial dependia de estudos. Vieram as manifestações e paralisações. Depois, alegou-se que era preciso avaliar o comportamento da arrecadação. Veio a greve. Nas várias reuniões,
propostas a conta-gotas. Sem acordo, a conversa passou a ser de que o avanço nas negociações dependia do fim da greve. Mas o governo sempre divulgou para a plateia que estava aberto ao diálogo. É a institucionalização da “política da lenga-lenga”.

Custa a crer que alguém, em sã consciência, acredite que sejam necessários tantos estudos para um reajuste desses. Além disso, o secretário insiste em chamar a incorporação da gratificação Nova
Escola de reajuste, valendo-se, ardilosamente, da discrepância de salários criada pelo próprio governador ao extinguir o programa Nova Escola e não proceder à imediata incorporação total da gratificação para todos os servidores, conforme promessa da campanha de 2006, criando, assim, duas “castas”: a dos que recebiam e a dos que não recebiam a gratificação. Logo, a incorporação é uma dívida que o governo estadual tem com milhares de profissionais de educação. Ao postergar o cumprimento dessa medida, o governo tem feito uma enorme economia em prejuízo da remuneração dos servidores. 



Não surpreende, nesse contexto, que imediatamente após a divulgação dos novos valores dos vencimentos, tenha surgido a acusação de que o reajuste de 3,5% seria, na verdade, a antecipação disfarçada de mais uma parte da incorporação da gratificação.

Nessa queda de braço, em que o governador se esconde e os secretários do governo são encarregados de brincar com a categoria, protelando a negociação, a greve continua e o ano letivo de milhares de estudantes é colocado em risco. Curiosamente, o atual governador, quando candidato, afirmou que a educação seria prioridade. O que se vê no dia-a-dia dos colégios estaduais mostra que a realidade é bem diferente da propaganda da secretaria estadual de educação.

Emerge, então, o paradoxo. Cabe questionar o que leva um governo que manifesta preocupação com a educação nos discursos a, irresponsavelmente, se fazer de surdo diante das reivindicações e
denúncias dos profissionais de educação, devido às precárias condições de trabalho, não deixando alternativa a não ser a greve. 



Observando as várias greves do magistério pelo país este ano, fica claro que algo vai mal na política de educação implementada no país.

A dinâmica desses movimentos grevistas, por sua vez, parece indicar que há interesse dos governos em testar a resistência dos servidores ao deixar que essas greves se arrastem, jogando com a opinião pública até o limite do próprio desgaste político. Mas isso é assunto para outra discussão. O fato é que o descaso dos governos faz com que a greve da educação reste como recurso extremo para a conquista de mínimos avanços ou, pelo menos, a redução das perdas. Felizmente, uma parcela da sociedade começa a cobrar e fiscalizar a responsabilidade dos governos diante de um assunto de estado tão importante e a apoiar os professores em suas lutas.



Oseias S. Teixeira

Rio de Janeiro, agosto de 2011



Digo algo mais, existe uma ameaça de que serão colocados professores contratados temporariamente para dar aulas no lugar dos  profissionais que exercerem seu direito de greve. Sendo assim alguns pontos podemos destacar:
--- Qual o critério de escolha utilizado para a seleção desses profissionais? Eles terão o mesmo empenho, amor e qualidade para ensinar que um professor aprovado em um concurso público com prova e avaliação de títulos? 


--- Por que alguns alunos estão sem professores desde o início do ano (muito antes de começar a greve) e só agora surgiram esses contratados? Será que só estão sendo chamados para lançar as notas dos alunos?


--- Teoricamente é mais barato contratar os temporários do que pagar o profissional concursado... o que será feito com esse dinheiro "economizado" ?


--- Que professores queremos para nossa sociedade?!! Motivados, qualificados, com remuneração digna e suficiente para continuar investindo na sua formação?! Ou é melhor como está, várias matrículas para e turmas para compor um salário minimamente digna, sem tempo e motivação para aprofundar sua formação e insatisfeito com seu salário e condições de trabalho?


--- POR QUE A CARÊNCIA DE PROFESSORES É CADA VEZ MAIOR NOS SISTEMAS PÚBLICOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA E PRINCIPALMENTE NA SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DO RIO DE JANEIRO??


--- Talvez a pergunta mais importante para a sociedade: COMO EXPLICAR, QUE MESMO FORA DO PERÍODO DE GREVE, MUITAS TURMAS SÃO APROVADAS ANOS APÓS ANOS SEM MUITAS VEZES TEREM TIDO SEQUER UMA AULA DE ALGUMAS DISCIPLINAS?? 


--- UMA DÚVIDA QUE TENHO: O que deve fazer um professor que ama o que faz, domina os conteúdos que aborda em sala e trabalha para formar pessoas aptas a concorrer com alunos de colégios de ponta  e NÃO recebe um salário condizente com o que faz?? 
Abandonar esses alunos que querem progredir e migrar para empregos que remuneram mais?? Continuar com um salário que não te satisfaz mesmo tendo ótimas propostas de emprego (até porque ser melhor que o do Estado do Rio de Janeiro é fácil!!)? 




  

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